Um tabaco sem fumaça, mas nocivo:
Um tabaco sem fumaça, mas nocivo, Snus, é divulgado como útil para reduzir consumo de cigarros, mas críticos afirmam que é ante-sala do vício.“Estou realmente preocupado com a minha saúde”, diz Jesper Froberg, um maitre de hotel que está tentando fumar menos. “Esta coisa é mais segura que os cigarros”. Ele se refere ao snus, um tabaco moído, úmido, que o usuário coloca entre a bochecha e a gengiva.Embalado em pequeninas bolsas que parecem saquinhos de chá em miniatura, o snus é muito popular na Suécia. Mas não é totalmente seguro. O snus contém nicotina e é tão viciante quanto os cigarros. Num teste clínico recente, também foi associado ao câncer pancreático.Com a experiência sueca como referência, a indústria americana do fumo está vendo no snus uma alternativa menos perigosa e potencialmente lucrativa. A Philip Morris e a R. J. Reynolds começaram a fazer marketing de teste em todo o país com suas marcas mais famosas, Marlboro e Camel. Mas lembrando a falsa premissa dos cigarros light, os críticos dizem que o tabaco sem fumaça é um Cavalo de Tróia para permitir que as companhias conservem os consumidores que, não fosse isso, poderiam abandonar completamente o fumo.“Não há evidência científica de que o fumante consiga mudar para o tabaco sem fumaça e ficar nisso”, diz Thomas Glynn, diretor da Sociedade Americana do Câncer. A União Européia (UE) proibiu a venda do snus em 1992 - uma medida que quase comprometeu o processo de integração da Suécia à UE, até lhe ser concedida uma dispensa da norma.Não existem tais restrições nos EUA, onde executivos do setor apontam para uma longa tradição do tabaco para mascar. Além disso, dizem eles, o snus é menos nocivo que a versão americana, o dip, que é fermentado em vez de pasteurizado, e pode causar câncer bucal.“Creio que o mercado é potencialmente enorme”, diz Lennart Freeman, presidente da divisão para a América do Norte da Swedish Match, que vende 250 milhões de latinhas de snus por ano na Suécia, onde é líder. A companhia está agora vendendo seu produto em tabacarias de Nova York, Chicago e outras cidades americanas.Na Suécia, o snus está presente há quase 200 anos, e nos últimos 20 tem havido um ressurgimento da sua popularidade. Poucos duvidam de que ele causou impacto nos hábitos do fumo, ao menos entre homens. Em 1976, 43% dos suecos fumavam regularmente. Em 2005, 14%. Nesse período, a porcentagem de homens que consomem snus saltou de 9% para 22%. Estima-se que 5% dos homens suecos deixaram completamente de fumar quando optaram pelo snus.“Se você tem um produto que funciona bem para deixar de fumar, por que não usá-lo?”, pergunta o oncologista Lars Rutqvist, vice-presidente de assuntos científicos da Swedish Match. “As sociedades deviam adotar todas as medidas que fossem eficazes para combater doenças relacionadas ao fumo”. Essas afirmações - para não mencionar sua recente decisão de aceitar emprego numa empresa de tabaco - colocaram Rutqvist em choque com colegas da comunidade médica sueca.“Se você torna isso amplamente acessível, como poderá garantir que não será usado como uma porta para o fumo?”, diz Olof Nyren, um epidemiologista do Instituto Karolinska em Estocolmo. O snus contém nitrosaminas, os mesmos compostos químicos causadores de câncer presentes em cigarros, mas em níveis mais baixos.
Fonte : Estadão de Hoje / São Paulo
Um tabaco sem fumaça, mas nocivo, Snus, é divulgado como útil para reduzir consumo de cigarros, mas críticos afirmam que é ante-sala do vício.“Estou realmente preocupado com a minha saúde”, diz Jesper Froberg, um maitre de hotel que está tentando fumar menos. “Esta coisa é mais segura que os cigarros”. Ele se refere ao snus, um tabaco moído, úmido, que o usuário coloca entre a bochecha e a gengiva.Embalado em pequeninas bolsas que parecem saquinhos de chá em miniatura, o snus é muito popular na Suécia. Mas não é totalmente seguro. O snus contém nicotina e é tão viciante quanto os cigarros. Num teste clínico recente, também foi associado ao câncer pancreático.Com a experiência sueca como referência, a indústria americana do fumo está vendo no snus uma alternativa menos perigosa e potencialmente lucrativa. A Philip Morris e a R. J. Reynolds começaram a fazer marketing de teste em todo o país com suas marcas mais famosas, Marlboro e Camel. Mas lembrando a falsa premissa dos cigarros light, os críticos dizem que o tabaco sem fumaça é um Cavalo de Tróia para permitir que as companhias conservem os consumidores que, não fosse isso, poderiam abandonar completamente o fumo.“Não há evidência científica de que o fumante consiga mudar para o tabaco sem fumaça e ficar nisso”, diz Thomas Glynn, diretor da Sociedade Americana do Câncer. A União Européia (UE) proibiu a venda do snus em 1992 - uma medida que quase comprometeu o processo de integração da Suécia à UE, até lhe ser concedida uma dispensa da norma.Não existem tais restrições nos EUA, onde executivos do setor apontam para uma longa tradição do tabaco para mascar. Além disso, dizem eles, o snus é menos nocivo que a versão americana, o dip, que é fermentado em vez de pasteurizado, e pode causar câncer bucal.“Creio que o mercado é potencialmente enorme”, diz Lennart Freeman, presidente da divisão para a América do Norte da Swedish Match, que vende 250 milhões de latinhas de snus por ano na Suécia, onde é líder. A companhia está agora vendendo seu produto em tabacarias de Nova York, Chicago e outras cidades americanas.Na Suécia, o snus está presente há quase 200 anos, e nos últimos 20 tem havido um ressurgimento da sua popularidade. Poucos duvidam de que ele causou impacto nos hábitos do fumo, ao menos entre homens. Em 1976, 43% dos suecos fumavam regularmente. Em 2005, 14%. Nesse período, a porcentagem de homens que consomem snus saltou de 9% para 22%. Estima-se que 5% dos homens suecos deixaram completamente de fumar quando optaram pelo snus.“Se você tem um produto que funciona bem para deixar de fumar, por que não usá-lo?”, pergunta o oncologista Lars Rutqvist, vice-presidente de assuntos científicos da Swedish Match. “As sociedades deviam adotar todas as medidas que fossem eficazes para combater doenças relacionadas ao fumo”. Essas afirmações - para não mencionar sua recente decisão de aceitar emprego numa empresa de tabaco - colocaram Rutqvist em choque com colegas da comunidade médica sueca.“Se você torna isso amplamente acessível, como poderá garantir que não será usado como uma porta para o fumo?”, diz Olof Nyren, um epidemiologista do Instituto Karolinska em Estocolmo. O snus contém nitrosaminas, os mesmos compostos químicos causadores de câncer presentes em cigarros, mas em níveis mais baixos.
Fonte : Estadão de Hoje / São Paulo
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