Projeto garante divulgação sobre destinação dos restos do tabaco

A Comissão Permanente de Meio Ambiente e Recursos Hídricos e Minerais da Assembléia Legislativa está analisando projeto de lei do deputado Wagner Ramos (PR) que obriga as indústrias e o comércio de tabaco a divulgar informações sobre destinação de restos do produto no meio ambiente.

A medida é tratada pelo parlamentar como “de educação ambiental dos consumidores” e responsabiliza os setores produtivo e de comercializaçã o pela divulgação. As informações se referem à destinação final das pontas de cigarro – popularmente conhecidas como “guimbas” – ou de cigarrilhas consumidas. Elas têm filtros de fibra sintética ou piteiras plásticas. A divulgação deverá ser permanente sobre os prejuízos provocados ao meio ambiente por esses resíduos.

“Se fizermos uma avaliação abrangente, veremos que os prejuízos decorrentes do uso do tabaco e dos produtos que derivam dele são imensuráveis em todo o ciclo. A começar pela terra onde ele é plantado: ela fica rapidamente empobrecida porque a planta do tabaco absorve grande quantidade de nutrientes levando o solo à exaustão”, explicou Wagner Ramos.

Ele também citou o uso constante de esterilizadores do solo, desbrotadores e agrotóxicos para dizer que as substâncias causam intoxicação e doenças nos plantadores e danos ao solo pelo acúmulo que fica na terra, inviabilizando- a para um posterior plantio de alimentos.
“A publicidade de cigarros, propagada pela indústria ou pelo comércio de tabaco em cartazes, jornais, revistas, painéis, ‘outdoors’ e posteres, deverá incluir – nos respectivos meios de comunicação – o aviso escrito, de forma legível e evidente, sobre as conseqüências e os malefícios do ato de se jogar de maneira imprópria o lixo do fumante, através das seguintes frases – usadas em séries – que subsegue a afirmação “Não jogue guimba no chão”:
I – “Preserve o meio-ambiente”
II – “Descarte sua guimba nos coletores de lixo”
III – “Seja responsável”
IV – “Mantenha a cidade limpa”

O projeto de lei estabelece, ainda, que seus infratores – assim considerados os responsáveis pelo produto e pela peça publicitária – ficarão sujeitos a multa pela infração cometida, nos termos e na forma previstos em sua regulamentação.
Na última pesquisa divulgada pelo Instituto Nacional do Câncer, em 2001, o Brasil era o terceiro maior produtor mundial de tabaco e a região Sul detinha 93% dessa produção, onde o processo de secagem das folhas de fumo (cura) é realizado em estufas alimentadas por madeira.
Ainda em seus informes, o Inca alertou que essa madeira tem sido obtida há vários anos por meio do extrativismo – diretamente da mata Atlântica – contribuindo para a redução da cobertura vegetal. “Para curar cada quilo de tabaco são usados 25 kg de lenha. Assim, para curar o tabaco usado na fabricação de 300 cigarros, uma árvore é derrubada”, diz um dos seus comunicados.

O cigarro – em face das evidências farmacológicas e toxicológicas – é um multitóxico que contém 4.720 substâncias agressivas ao organismo humano e ao meio ambiente. A Organização Mundial de Saúde (OMS) reconhece que a Poluição Tabágica Ambiental (PTA) é responsável por 85% da poluição do ar no ambiente interno.
O padrão de qualidade do ar interno para locais fechados – internacionalmente adotado e estabelecido pela OMS – é de até 9 ppm (nove partes por milhão de material particulado em suspensão no ar). Em ambientes fechados as medições feitas têm registrado – em média – 100, 200 e até 1.000 ppm, o que constitui um valor alarmante do ponto de vista ambiental e de saúde pública.

Na justificativa do projeto, Wagner Ramos explica que o cigarro não oferece danos somente à saúde das pessoas e que o meio ambiente também sofre as conseqüências com o seu uso. Para ele, a chamada ‘bituca’ ou ‘guimba’ – a última ponta do cigarro consumido – sempre foi uma ‘dor de cabeça’ para as empresas que cuidam da limpeza urbana e também para organizações de proteção ao meio ambiente.
No Brasil, são produzidas por ano 33 mil toneladas de guimbas de cigarro – um poluente pra lá de abundante – facilmente encontrado em qualquer esquina das cidades. Classificadas como micro lixos – já que são detritos muito pequenos e de difícil coleta – esses restos ficam por toda a parte e permanecem nos mais variados locais.

“Sem dúvida, a educação ambiental é a ferramenta mais eficiente para mudar essa triste realidade. Com o trabalho de conscientizaçã o, as guimbas de cigarros poderão ter destino sustentável uma vez que já existem projetos de reciclagem para elas”, disse o deputado.
Ele deu como exemplo os casos de pessoas que colhem latas de bebidas ou garrafas PET nas ruas e trocam por um valor financeiro adotado pelas cooperativas. “Já pensou quando resolverem catar guimbas de cigarro por um motivo rentável? O meio ambiente vai agradecer por esta ação!”, completou o parlamentar republicano.

Danos causados ao meio ambiente pelo fumo:
01) Florestas inteiras são devastadas para alimentar os fornos a lenha que secam as folhas do fumo antes de serem industrializadas.
02) Para cada 300 cigarros produzidos uma árvore é queimada. Portanto, o fumante de um maço de cigarros por dia sacrifica uma árvore a cada 15 dias.
03) Para a obtenção de safras cada vez melhores, plantadores de fumo usam agrotóxicos em grande quantidade, causando danos à saúde dos agricultores e ao ecossistema.
04) Além disso, filtros de cigarros atirados em lagos, rios, mares, florestas e jardins demoram 100 anos para se degradar.
05) Cerca de 25% de todos os incêndios são provocados por pontas de cigarros acesas, o que resulta em destruição e mortes.

Fumar e beber demais faz Alzheimer chegar quase dez anos mais cedo

Prevalência da doença na população aumenta de acordo com a idade. Iniciativas de saúde publica contra fumo e álcool poderiam acabar com 50% dos casos.

O excesso na hora de fumar e beber pode antecipar os sintomas do mal de Alzheimer em cerca de oito anos, afirma um estudo divulgado nesta quarta-feira (16). E, quanto mais cedo a doença chega, mais casos se somam nos hospitais, afirmam os médicos. “A prevalência do Alzheimer aumenta de acordo com a idade média dos pacientes. Segundo estimativas, ela dobra a cada cinco anos a partir dos 65 anos de idade”, explica o autor do estudo, o neurologista Ranjan Duara, do Centro Médico Monte Sinai, nos EUA. Ou seja, a prevalência do mal entre a população com 70 anos de idade é duas vezes maior do que a que existe entre os que têm 65 anos, e assim por diante. “Nosso cálculos indicam que se conseguissemos atrasar o aparecimento da doença em cinco anos em média, o número de casos cairia pela metade”, afirma o médico. É aí que entra a pesquisa, divulgada na Reunião Anual da Academia Americana de Neurologia, em Chicago, nos Estados Unidos. Se o elo for comprovado, ficam abertas as portas de uma excelente e simples medida de saúde pública contra o Alzheimer.

Campanhas
“Se os governos fizerem campanhas e as pessoas se conscientizarem que basta beber moderadamente e parar de fumar para se protegerem dessa doença tão assustadora, acredito que teríamos avanços consideráveis”, diz Duara. A pesquisa analisou 938 pessoas de mais de 60 anos diagnosticadas com Alzheimer “provável”. Os cientistas reuniram informações sobre esses pacientes e verificaram se eles eram portadores de uma variante do gene APOE, ligada a um aumento no risco de se desenvolver a doença –- e 27% deles eram. Além disso, 20% foram considerados fumantes abusivos, porque consumiam um ou mais maços de cigarro ao dia; 7% bebiam em excesso, mais de duas doses diárias. De todos os analisados, 17 indivíduos tinham os três fatores de risco: bebiam demais, fumavam demais e tinham o gene APOE. Neles, o Alzheiimer chegou cerca de 8,5 anos antes que nos demais – em média, os primeiros sintomas apareceram aos 68,5 anos. Havia também pessoas que não tinham nenhum desses fatores, um total de 374 – nelas, a doença surgiu, em média, aos 77 anos.

Benefícios moderados
Duara lembra que estudos anteriores informaram efeitos benéficos do consumo moderado de álcool, o que representa uma dose ao dia. “É um benefício que só surge com o consumo moderado. Assim que se torna exagerado, o álcool acelera o Alzheimer”, explica. Trabalhos que afirmaram que o cigarro teria um efeito protetor contra a doença erraram, segundo ele. “Não há nada que indique que o fumo tenha esse efeito. Pesquisas mais novas mostraram que fumar aumenta o risco de Alzheimer e demência em 50%”, diz ele. Além de pegar leve na bebida e parar de fumar, o neurologista recomenda também exercícios regulares e uma dieta saudável para diminuir as chances de se ter a doença. (Fonte: G1)

Tabagismo e disfunção endotelial


Pesquisadores verificam que exposição passiva ao tabaco está associada à disfunção endotelial:

Sabendo que a exposição aguda a ambientes com fumaça de tabaco influencia de maneira adversa na aterogênese, Aurelio Leone e Alberto Balbarini, da University of Pisa, na Itália, avaliaram através da ultra-sonografia braquial indivíduos expostos de forma passiva ao fumo. Segundo o artigo publicado na edição de Abril/Maio de 2008 da Angiology, 18 voluntários que nunca haviam fumado, sendo 12 homens e seis mulheres com média de idade de 34 anos, e dez homens que sofreram infarto prévio do miocárdio com média de idade de 53,8 anos participaram da pesquisa.

Os autores avaliaram a função endotelial dos participantes, por meio de ultra-sonografia braquial, em três momentos distintos: em repouso, em um ambiente livre de tabaco e em um ambiente poluído por combustão do cigarro (concentração de monóxido de carbono de 35ppm). Segundo a publicação, os pesquisadores ainda mediram a concentração de carboxiemoglobina antes e depois da exposição ao ambiente poluído, assim como, o diâmetro da artéria braquial, o diâmetro da mesma durante hiperemia reativa e o diâmetro após a administração de nitroglicerina sublingual (GTN) – vasodilatador. Essas medições foram feitas tanto em repouso como nos ambientes com e sem fumaça.

Com isto, eles perceberam que existe uma "forte correlação entre exposição a ambientes poluídos pela fumaça do tabaco e disfunção endotelial" em ambos os grupos avaliados. Nos participantes que haviam sofrido infarto, houve uma piora da vasodilatação independente do endotélio. Após a exposição desse grupo a ambiente com tabaco, houve ainda uma redução na média de fluxo de vasodilatação depois do GTN. Os pesquisadores destacam no artigo que "a exposição a ambientes com fumaça de tabaco pode ser um teste eficaz para identificar a disfunção endotelial e alterações arteriais da parede através da ultra-sonografia braquial".

Durante o estudo, os autores, segundo informam, não fizeram comparações entre os grupos saudáveis e pós-infarto do miocárdio, de forma que cada participante "funcionou como seu próprio controle".

Ferrari abandona logo da Marlboro

Provavelmente, uma marca de cigarros jamais voltará a ser vista num carro de Fórmula 1. Outras equipes deram adeus ao seus grandes patrocínios da indústria de tabaco há alguns anos, já que uma lei proíbe esse tipo de propaganda na Europa e em grande parte do mundo. A Ferrari, no entanto, optou por renovar sua associação com a Philip Morris, e até há pouco utilizava o logo da Marlboro onde era possível, incluindo lugares como Mônaco e China. Mas recentemente no GP do Bahrain, onde leis locais teoricamente permitem a Ferrari à utilizar a marca, os dois carros da equipe italiana ao invés disso correram com os 'códigos de barra', no mesmo design da Marlboro, mas usando marcas brancas ao invés de letras e logos. De acordo com a revista 'Autoweek', a Ferrari confirmou que os logos da Marlboro "não aparecerão mais em seus carros". A Philip Morris teria decidido por usar o 'código de barros' permanentemente. O primeiro carro patrociando pela Marlboro foi a BRM e o Iso Marlboro-Ford em 1972, antes da famosa associação com a McLaren, e subsequentemente com a Ferrari. O atual contrato com a Ferrari, estimado em US$ 1 bilhão no total, expira em 2011.

Pesquisa sobre tabagismo, renda e escolaridade

Um só Perfil

Por Alex Sander Alcântara

Pesquisa indica que, da mesma forma que nos grandes centros urbanos, tabagismo em pequenas comunidades está associado à baixa escolaridade e à baixa renda. Trabalho foi realizado para traçar programa de saúde pública.

Agência FAPESP – A relação entre condição econômica, baixa escolaridade e tabagismo em uma pequena cidade não difere do padrão dos grandes centros urbanos: os indivíduos de menores renda e escolaridade fumam mais.
Essa é uma das principais conclusões de um estudo feito por pesquisadores da Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN) com habitantes do município de Parazinho (RN). O trabalho pode ajudar a direcionar políticas públicas para o combate ao tabagismo em pequenas cidades.
De acordo com um dos autores, Thales Jenner Falcão, a pesquisa constatou também que os homens fumam mais. Os resultados refletem um cenário nacional. De acordo com o pesquisador, um dos motivos da escolha do município de 4,3 mil habitantes é que “existe pouca literatura envolvendo localidades com essas características”.
“A pesquisa foi desenvolvida com o objetivo de traçar um perfil dos fumantes locais para a construção de um projeto ambulatorial cujos medicamentos seriam custeados pelo Ministério da Saúde, visando à elaboração de programas de controle do tabagismo no município”, disse Falcão à Agência FAPESP.
A pesquisa foi realizada por Iris do Céu Clara Costa, professora do Departamento de Odontologia da UFRN, e por Falcão, dentista, especialista em saúde coletiva pela UFRN e ex-coordenador da vigilância sanitária de Parazinho. O estudo foi publicado no Jornal Brasileiro de Pneumologia.
O estudo se baseou em um questionário apresentado a 150 pessoas – o que representa 25,6% do universo de fumantes do local. Os participantes, das zonas rural e urbana, responderam a 30 perguntas objetivas e subjetivas sobre assuntos como condição econômica, hábito associado ao cigarro, tempo de tabagismo, idade no início do uso, motivação para fumar, vontade e tentativa de parar, síndrome de abstinência, amigos e familiares fumantes, doenças relacionadas e uso do tabaco associado à ingestão alcoólica.
De acordo com Falcão, a utilização dos questionários é uma metodologia que facilita o trabalho dos agentes comunitários de saúde. “Para evitar distorções, os entrevistadores são treinados. Mas mesmo assim pode ocorrer uma má interpretação por parte de algum deles sobre alguma das questões abordadas.” Início precoce
Os dados indicaram que, do universo de fumantes, 57,8% eram do sexo masculino, contra 42,2% de mulheres. Em relação ao perfil sociodemográfico, verificou-se que, na população acima dos 19 anos, 26,4% dos homens e 20,4% das mulheres eram tabagistas. Os índices foram praticamente iguais para prevalência nas zonas urbana (23,5%) e rural (23,4%).
Um dado chamou a atenção: 66% dos entrevistados ganhavam até um salário mínimo. Além disso, cerca de 39,3% eram analfabetos e 51,3% tinham o ensino fundamental incompleto. Os dados destacam, de acordo com os autores, a forte relação entre tabagismo, baixa escolaridade e baixa renda.
“As pessoas de menor rendimento e com baixa escolaridade fumam mais. Algumas não acreditam na ciência e chegam a contestar o fato de que o cigarro mata. Apresentamos palestras educativas em escolas e unidades de saúde, que são muito importantes, assim como o fornecimento de medicamentos. Mas é essencial diminuir as desigualdades sociais”, explicou o pesquisador.
Segundo o estudo, 86,6% das pessoas entrevistadas tinham televisor e 54,6% tinham rádio, o que “favorece trabalhos educativos que utilizem esses meios de comunicação”. A pesquisa detectou também que 45% dos entrevistados começaram a fumar com até 12 anos de idade. Mais de 78% começaram antes dos 18 anos.
Uma limitação do estudo, segundo Falcão, foi não ter incluído no questionário o teste de Fagerström, que avalia o grau de dependência dos fumantes. “Achamos que será mais oportuno fazê-lo posteriormente, quando houver a disponibilidade de tratamento medicamentoso para esses tabagistas”, acrescentou.
“É fundamental um aconselhamento e o trabalho com grupo de fumantes. O mais marcante foi ter visto que muitos usuários querem largar o vício e não conseguem sem um apoio farmacológico. Devido ao alto custo desses medicamentos, as pessoas carentes não podem ter uma ajuda adequada. Algumas chegaram a suplicar por ajuda. Essa necessidade só é percebida no convívio”, alertou Falcão.
Para ler o artigo O tabagismo em um município de pequeno porte: um estudo etnográfico como base para geração de um programa de saúde pública, de Thales Jenner Falcão e Iris do Céu Clara Costa, disponível na biblioteca on-line SciELO (Bireme/FAPESP) , clique aqui.

OMS quer fim de lobby tabagista no governo


Integrantes da Convenção-Quadro do Tabaco preparam um código de conduta para nortear a relação entre indústria do cigarro e governantes. A idéia é blindar representantes de governos do assédio comum e crescente da indústria para tentar dificultar a adoção das diretrizes firmadas na convenção.Na lista que começa a ser preparada, autoridades ficam proibidas, por exemplo, de ter suas campanhas financiadas pelos fabricantes de cigarros. Não serão permitidos presentes e ofertas de viagens. Também ficariam proibidos convênios ou acordos com as indústrias, assim como ações sob o selo de "responsabilidade social"."Pode parecer algo exagerado, mas é considerado por representantes dos países como essencial para o sucesso da Convenção-Quadro", afirma Tânia Cavalcanti, do Instituto Nacional de Câncer (INCA). "A indústria do fumo não pode ser considerada como uma indústria qualquer. Comprovadamente, o produto faz mal à saúde e há uma farta documentação indicando a forma como tais fabricantes agem para dificultar as medidas antitabagistas".Em vigor desde fevereiro de 2005, a Convenção-Quadro do Tabaco traz uma série de regras para reduzir e prevenir o consumo mundial de cigarro. Países que ratificaram o acordo se comprometeram, por exemplo, a banir a propaganda, aumentar o preço dos cigarros e criar ambientes livres de fumo. "De forma inocente ou não, governantes, muitas vezes, aceitam os discursos da indústria e adotam medidas que acabam dificultando a luta antitabagista", afirma a consultora da Organização Mundial da Saúde, Vera da Costa e Silva.A primeira versão do "manual de conduta" foi redigida numa reunião realizada semana passada em Brasília, preparatória da 3ª Conferência das Partes. As propostas agora serão analisadas pelos governos dos países que ratificaram a convenção. Em novembro, durante a conferência, o documento deverá ser votado.Desde que a convenção entrou em vigor, o mundo coleciona exemplos de interferências da indústria do cigarro na luta antitabagista. No México, um acordo foi firmado entre governo e indústria - depois desfeito.No Brasil não faltam histórias de interferências indevidas. "Há ainda um pouco de confusão, como ministros que recebem integrantes da indústria em audiências particulares", afirma Paula Johns, presidente da Aliança do Controle do Tabagismo. Para a consultora, porém, o fato mais grave é a presença da indústria na Câmara Setorial do Tabaco, que funciona no Ministério da Agricultura. "É sabido que a associação de produtores é patrocinada pela indústria. Aí temos um exemplo patente desse conflito de interesses".Encontros documentadosPara antitabagistas, a relação entre governantes brasileiros e a indústria do fumo poderia ser muito mais transparente. Eles reivindicam, por exemplo, que encontros entre representantes da indústria e governo sejam abertos ou documentados, prática já adotada pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa). "Adoraria saber o que é dito num encontro entre a indústria do fumo e a Receita Federal", completa Paula.
Fonte : Jornal Estado de São Paulo

Fumantes custam R$ 338 milhões ao SUS


O cigarro provoca um prejuízo anual para o sistema público de saúde de pelo menos R$ 338 milhões, o equivalente a 7,7% do custo de todas as internações e quimioterapias no País. O cálculo, feito pela primeira vez no Brasil, considerou o gasto com hospitalizações e terapias quimioterápicas em pacientes de 35 anos ou mais, vítimas de 32 doenças comprovadamente associadas ao tabagismo no ano de 2005. Estima-se que 22,4% da população brasileira fumem."São recursos significativos e, o mais importante, que poderiam ser poupados", observa a autora do trabalho, a economista da Fundação Oswaldo Cruz, Márcia Pinto. Para ela, o resultado da pesquisa deixa clara a necessidade de se adotar medidas rápidas para responsabilizar a indústria do tabaco pelo impacto econômico provocado no sistema de saúde público. "Além disso, as ações antitabagistas devem ser intensificadas", avalia. Entre elas, Márcia enumera o aumento do preço do cigarro brasileiro, o sexto mais barato do mundo.A pesquisadora não tem dúvida de que o impacto econômico do tabagismo no sistema de saúde é maior do que revela seu estudo. O trabalho analisou apenas parte dos custos: internação e quimioterapia. "Esse foi o ponto de partida, porque não havia nada similar no Brasil". Ela espera que novos trabalhos agora sejam realizados para avaliar, por exemplo, gastos com medicamentos, cirurgias e o tratamento de pacientes vítimas de fumo passivo.Índice de doençasPara fazer o estudo, tema de sua tese de doutorado na Escola Nacional de Saúde Pública, Márcia desenvolveu um índice capaz de calcular o quanto uma doença pode ser atribuída ao tabagismo no Brasil. Ela destacou um grupo de 32 doenças (alguns tipos de câncer, problemas respiratórios e circulatórios) diretamente associadas ao tabaco e avaliou os custos com internação e tratamentos quimioterápicos pelo SUS.Numa outra etapa, estudou a trajetória de fumantes internados em dois centros de referência para tratamento de câncer e problemas cardíacos: o Instituto Nacional de Câncer (Inca) e o Instituto Nacional de Cardiologia (INC). Nesse estágio, ela calculou os custos do tratamento completo, do diagnóstico à alta ou morte do paciente.O estudo revelou, por exemplo, que a terapia de um paciente com câncer custa, em média, R$ 29 mil. O tratamento de câncer do esôfago, R$ 33,2 mil, e o de laringe, R$ 37,5 mil. Se todos os casos novos desses três tipos de câncer causados pelo cigarro procurarem o sistema público, o gasto calculado é de R$ 1,12 bilhão.Pacientes cardíacosA mesma análise foi feita com pacientes cardíacos. Nas duas instituições, Márcia destacou apenas problemas que comprovadamente eram provocados pelo cigarro. No caso do INC, os dois grupos principais foram de isquemia crônica do coração - que custa, em média, R$ 29,7 mil - e com angina - cujo tratamento médio é de R$ 33,1 mil."Todos os pacientes eram fumantes pesados, uma média diária alta de cigarros, durante vários anos", observa Márcia. Ela lembra que boa parte dos pacientes chegava ao serviço já em estado avançado da doença. "Muitas vezes, as medidas adotadas eram apenas paliativas, não havia esperança de cura para o paciente", completou. "É um gasto necessário, mas sem retorno".
Fonte : O Estado de São Paulo

Genes elevam risco de câncer de pulmão em fumantes, diz estudo

Uma pesquisa realizada por equipes de diversos países identificou variações genéticas que aumentam o risco de câncer de pulmão para fumantes e ex-fumantes.
As três equipes de pesquisadores, que publicaram os estudos nas revistas Nature e Nature Genetics, apontaram duas áreas de variações no cromossomo 15.
Cada um dos grupos de pesquisa estudou o DNA de milhares de fumantes e ex-fumantes, mas cada um trabalhou com uma amostra diferente, apesar de todos os analisados serem de descendência européia.
As três equipes encontraram um padrão específico de variação genética em dois pontos do cromossomo 15 mais comum em pessoas que desenvolveram câncer de pulmão do que em pessoas que permaneceram saudáveis.
Fumantes ou ex-fumantes que têm as duas cópias das duas variantes, uma herdada do pai e outra da mãe, que são cerca de 15%, têm um aumento entre 70% e 80% do risco de desenvolver a doença.
Aqueles que têm apenas uma cópia de cada variante têm um aumento de cerca de 28% no risco de desenvolver câncer no pulmão.

Diferenças
As pesquisas diferem apenas na forma como as variantes influenciam o risco do desenvolvimento do câncer no pulmão.
A equipe da companhia islandesa deCODE Genetics - que realizou o maior dos estudos - afirmou que seu trabalho sugere que ter as variantes nos genes faz com que as pessoas fiquem mais viciadas em tabaco, uma vez que comecem a fumar. Isso aumenta o consumo e a probabilidade da doença.
Mas a equipe internacional de pesquisadores, que inclui cientistas do Instituto de Pesquisa do Câncer, da Universidade de Cambridge e da Universidade Johns Hopkins, de Baltimore (Estados Unidos), entre outras, afirmam que as variantes interagem diretamente com o tabaco para causar o câncer no pulmão.
Isso pode ocorrer devido ao aumento da probabilidade de a nicotina desencadear a divisão celular descontrolada que está associada ao câncer.
O professor Chris Amos, um dos autores de um dos estudos, da Universidade do Texas, afirmou que o câncer no pulmão tem muitas causas.
"Existem tantos compostos diferentes no tabaco que podem causar o câncer que é difícil separá-los, e nós ainda não compreendemos totalmente os mecanismos que causam o câncer no pulmão", afirmou.
Lesley Walker, da instituição britânica Cancer Research UK, afirmou que "o fumo aumenta muito o risco de câncer no pulmão, causando nove em cada dez casos da doença".
"Esta pesquisa nos diz que existem alguns fumantes que são ainda mais vulneráveis ao câncer no pulmão devido ao seu perfil genético", acrescentou. (Fonte: BBCBrasil)

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Jovens que infartam e não param de fumar triplicam chances de novo episódio

Apesar de raros, os infartos entre os jovens costumam ser graves. Enviado especial traz as novidades do Congresso do Colégio Americano de Cardiologia.

Por: Luís Fernando Correia

Jovens que sofrem infarto e não param de fumar triplicam as chances de um novo infarto em dois anos.

Parar de fumar está entre as recomendações que qualquer paciente que tenha sofrido um infarto recebe ao sair do hospital. Segundo pesquisadores de Atenas, na Grécia, se o paciente que teve o infarto tiver menos de 35 anos e não parar de fumar suas chances de um novo infarto triplicam, quando comparadas aos que conseguem largar o vício. Apesar de raros, os infartos entre os jovens costumam ser graves. A mortalidade é muito alta nesses casos. Em 2005, no Brasil, foram 2.518 casos de infarto, entre 20 e 39 anos, com 1.859 mortes, ou seja, 73% de mortalidade, segundo o DATASUS. O trabalho grego, apresentado no Congresso do Colégio Americano de Cardiologia, em Chicago, retratou que no grupo estudado 95% dos pacientes jovens com infarto fumavam. Desses, 55% continuou fumando após a alta e 32% sofreram novo evento cardíaco em um ano, uma incidência três vezes maior do que a esperada. O trabalho deve servir de alerta para os cardiologistas, já que segundo a Organização Mundial da Saúde 16% dos adultos brasileiros fumam e, entre os menores de idade, já temos 17% de usuários do cigarro.

Cientistas localizam genes responsáveis pelo câncer de pulmão

Cientistas descobriram importantes diferenças genéticas que podem explicar por que alguns fumantes desenvolvem câncer de pulmão e outros não. Três equipes da França, da Islândia e dos Estados Unidos informaram na quarta-feira ter localizado uma região do genoma que contém genes capazes de colocar os fumantes sob maior risco de desenvolver essa doença letal. Em todos os três estudos, a nicotina é a grande culpada. As descobertas podem levar a formas melhores de prevenção e tratamento do câncer de pulmão, o tipo de tumor que mais mata homens em todo o mundo, e o segundo mais letal entre mulheres. "Isso abre a possibilidade de que tratamentos que bloqueiem esses genes podem ser muitos benéficos como estratégia contra o câncer de pulmão, bem como contra a dependência (do fumo)", disse a jornalistas Paul Brennan, da Agência Internacional para a Pesquisa sobre o Câncer, de Lyon, na França. O fumo causa 90 por cento dos casos de câncer de pulmão. Mas só 15 por cento dos fumantes desenvolvem a doença, e os médicos há muito tempo suspeitavam de algum fator genético. A nova pesquisa confirma que alguns fumantes são mais vulneráveis devido ao seu perfil genético. Fumantes com duas cópias das variações genéticas têm cerca de 23 por cento de risco de terem câncer de pulmão, segundo Brennan. A descoberta é resultado da análise de mudanças comuns no código genético, chamadas "polimorfismo de nucleotídeo único" (SNPs, na sigla em inglês). Desde o começo de 2007, variações em quase cem locais do genoma foram vinculadas a diabetes, doenças cardíacas e determinados tipos de câncer. Significativamente, os três grupos que publicaram seus resultados nas revistas Nature e Nature Genetics apontaram variantes na mesma área do cromossomo 15 onde ficam três genes receptores de nicotina. Isso pode indicar que a própria nicotina é cancerígena, além de causar dependência. Por outro lado, pode ser também que algumas pessoas sejam mais propensas a ficarem dependentes de cigarros e a fumarem mais, o que portanto expõe seus pulmões a um maior dano. Alguns pesquisadores alertam que exames personalizados sobre a propensão ao câncer podem prejudicar os esforços contra o tabagismo. Mesmo fumantes menos propensos ao câncer continuam sob risco de outras doenças graves, como infarto e enfisema.

ONDE HÁ FUMAÇA, HÁ CÂNCER

Região do cromossomo 15 contém genes ligados ao surgimento de tumor de pulmão em fumantes- Os cientistas analisaram 300 mil mutações no DNA de mais de 12 mil fumantes e ex-fumantes na Europa e nos EUA- Chegaram a duas regiões do cromossomo 15 que parecem ser o lar dos genes ligados à predisposição ao câncer. É nessa região também que estão os receptores da nicotina, princípio ativo do cigarro- Uma dessas regiões, a 15q25.1, tem dois genes fortemente ligados ao desenvolvimento do câncer - se o fumante tem uma cópia de um deles, ele aumenta o risco de câncer em 28%- se o fumante tem duas cópias de um desses genes (passadas pelo pai e pela mãe), ele aumenta em 80% sua chancede ter a doença.

Legislação sobre Tabagismo - Estado de SC

1. Decreto nº 2.535/04 (Downloads / Decretos)
Regulamenta a Lei no 13.017, de 25 de junho de 2004, que proíbe o uso de cigarros, cigarrilhas, charutos, cachimbos ou qualquer outro produto fumígero, nas escolas públicas e ...
21 de maio de 2007
2. Lei 13.017/04 (Downloads / Leis)
Proíbe o uso de cigarros, cigarrilhas, charutos, cachimbos ou qualquer outro produto fumígero, nas escolas públicas e privadas de ensino fundamental e ensino médio.
21 de maio de 2007
3. Lei nº 13.017/04 (Downloads / Leis)
Proíbe o uso de cigarros, cigarrilhas, charutos, cachimbos ou qualquer outro produto fumígero, nas escolas públicas e privadas de ensino fundamental e ensino médio.
21 de maio de 2007
4. Lei nº 13.017/04 (Downloads / Leis)
Proíbe o uso de cigarros, cigarrilhas, charutos, cachimbos ou qualquer outro produto fumígero, nas ...

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