Nova York quer censurar cigarro no cinema

A atriz americana Bette Davis fuma um cigarro

Autoridades sanitárias do estado de Nova York lançaram nesta terça-feira uma campanha destinada a impor restrições ao acesso de menores a filmes nos quais os atores apareçam fumando.
A campanha inclui anúncios de página inteira em grandes jornais como o Wall Street Journal e The New York Times, e são assinados pelo comissário de Saúde do estado de Nova York, Richard Daines, dirigidos à indústria do cinema.
"A exposição ao tabaco nos filmes é o fator de influência mais poderoso sobre as crianças hoje em dia, e é responsável pela metade dos novos fumantes adolescentes", disse Daines.
O aviso estipula, entre outras medidas, estabelecer a qualificação "R" - imprópria para menores de 18 anos - para filmes onde apareça gente fumando. A proposta contempla como únicas exceções filmes que mostrem de maneira "clara e sem ambigüidades" os efeitos nocivos do tabaco ou que apresenten personagens históricos fumando.

Projeto do governo proíbe fumo em locais fechados

Proposta acaba com fumódromos e pode aumentar muito o preço de cigarros:


O governo federal enviará ao Congresso ainda este mês um projeto de lei banindo o fumo de todos os lugares fechados e proibindo áreas reservadas para fumantes em bares, restaurantes, shopping centers e empresas. Na ofensiva contra o fumo, o governo estuda a criação de uma taxação adicional para produtos derivados do tabaco, o que aumentaria o preço dos cigarros no Brasil. Uma das justificativas do Ministério da Saúde para o projeto é preservar os chamados fumantes indiretos, que inalam fumaça e produtos tóxicos liberados pelo cigarro dos fumantes. “Não há local seguro em nenhum nível para o cigarro”, afirmou o ministro da Saúde, José Gomes Temporão, que levará o assunto ao presidente Lula. Também está em discussão a proibição do fumo em locais abertos, mas freqüentados por muita gente, como os terminais rodoviários.Fumar, só na ruaGoverno vai propor ao Congresso proibição de cigarro em todo ambiente fechadoO governo iniciará uma ofensiva contra o consumo de cigarros no país: vai propor a proibição de fumo em locais fechados, como bares, restaurantes, shopping centers e escritórios. Até o fim do mês, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva vai enviar projeto de lei ao Congresso proibindo os espaços conhecidos como fumódromos.Para inibir o consumo do cigarro, o governo deverá incluir no texto uma taxa adicional para os produtos derivados do tabaco. Para o ministro da Saúde, José Gomes Temporão, o preço do maço de cigarro no Brasil é muito baixo:- O cigarro brasileiro é um dos mais baratos do mundo. Você consegue comprar um maço por R$ 2. Há uma discussão dentro do governo para aumentar o preço desse produto. Não só para reduzir o consumo, mas também para uma garantir uma receita adicional devida para ações de prevenção e tratamento das doenças relacionadas.O ministro disse ao GLOBO que, se o projeto for aprovado, estarão proibidas até mesmo instalações próprias para fumantes, como as cápsulas instaladas na Câmara dos Deputados, freqüentadas por parlamentares que fumam. É uma instalação redonda, coberta, e onde as pessoas fumam em pé.- Essas engenhocas não têm a menor eficácia. Não impede que as pessoas que transitam por ali não estejam aspirando substância tóxica – disse o ministro.O propósito da restrição ao consumo em áreas fechadas é preservar o chamado fumante indireto – ou fumante passivo - que é a pessoa que não fuma, mas acaba inalando a fumaça liberada pelo cigarro do fumante. Temporão afirmou que, nesse caso, o não-fumante pode ser a maior vítima.- Em alguns casos, o cigarro causa mais danos para quem não fuma. Se você trabalha num ambiente fechado, não fuma e convive com um fumante, você está inalando centenas de substâncias que são produzidas a partir da queima do papel e da nicotina, enquanto o fumante está protegido pelo filtro. Isso acontece em casa também – disse Temporão.A proposta do governo altera a lei 9.294, de 1996, que trata das restrições ao uso e propagandas de cigarros, bebidas alcoólicas, medicamentos e defensivos agrícolas. Essa legislação permite hoje a criação dessas áreas para fumantes. O ministro da Saúde deverá discutir o assunto hoje em audiência com Lula.Restrições podem ser ainda maioresPara Temporão, a criação de áreas específicas para fumantes é uma invenção da indústria e do comércio e que não tem, segundo ele, qualquer eficácia, pois não impede quem não fuma de ser alcançado pela fumaça:- Foram criados esses bunkers nos bares e restaurantes, que confinam as pessoas, mas que, na verdade, na resolvem.A minuta do projeto foi enviada pelo Ministério da Saúde à Casa Civil, que estuda endurecer mais as restrições. No Planalto, se discute proibir o uso do cigarro em locais abertos com aglomerações, caso de terminal rodoviário ou estação de metrô.No caso dos bares e restaurantes, o ministro afirmou que, mesmo que seja uma dependência isolada, onde só entrem fumantes, a fumaça do cigarro afeta os trabalhadores do local, como garçons, maîtres e cozinheiros.- Não há consumo seguro em nenhum nível para o cigarro – afirmou Temporão.A extinção de ambientes reservados aos fumantes é uma das metas do ministério. Para o ministro, o Brasil é um dos países com legislação das mais avançadas na luta contra o tabagismo, que estaria sendo copiada por outras nações, como a Inglaterra. O país teria copiado da lei brasileira a exigência de fotos dos males do cigarro para a saúde nos rótulos dos maços. Outro exemplo citado foi a restrição da propaganda dos cigarros.- Conseguimos grandes vitórias nos últimos dez anos e reduzimos o número de fumantes no país.A atual lei proíbe o uso de cigarros, cigarrilhas, charutos e cachimbos em recinto coletivo, privado ou público, “salvo em área destinada exclusivamente a esse fim, devidamente isolada e com arejamento conveniente”. Esse trecho é o artigo 2 da lei, que o governo pretende alterar. O ministro lembrou que países como a França, Irlanda e Itália também proibiram recentemente o fumo em locais fechados.- Disseram que os pubs irlandeses iriam fechar com a proibição do cigarro no seu interior. Não ocorreu, ao que consta – disse Temporão.Fumante passivo também corre riscosBRASÍLIA. Pesquisas do Ministério da Saúde mostram que os fumantes passivos têm um risco 23% maior de desenvolver doença cardiovascular, 30% mais chances de ter câncer de pulmão e 24% a mais de chances de sofrer um infarto de miocárdio. Esse não-fumante ainda teria maior propensão a desenvolver asma, ter redução da capacidade respiratória e maior risco de arteriosclerose.Luiz Antônio Santini, diretor-geral do Instituto Nacional de Câncer (INCA), informou que o custo para a saúde pública do tratamento de problemas causados pelos cigarros é duas vezes maior do que se arrecada em tributos sobre a comercialização desse produto.- Temos que aumentar a capacidade dos recursos da saúde para cuidar desse problema, mas, mais do que isso, precisamos evitar que as pessoas fumem, porque traz resultado individualmente e economia para o sistema – disse Luiz Santini.Para o ministro da Saúde, José Gomes Temporão, o tabagismo é um problema de saúde pública. No Brasil, a estimativa é de que morrem entre 200 mil e 250 mil pessoas todo ano de doenças decorrentes do tabagismo. Dados apontam que os homens fumam mais que as mulheres.Estudo realizado de 2002 a 2003 demonstrou que, entre pessoas com mais de 15 anos que vivem em 15 capitais do país, a opção por fumar variou de 12,9% para 25,2%. Fuma-se mais em Porto Alegre (RS) e menos em Aracaju (SE), segundo o levantamento, e a maior concentração de fumantes é maior entre pessoas com menos de oito anos de estudo.O Inca realizou uma pesquisa domiciliar no Rio, em 2000, para detectar o perfil dos fumantes da capital. Foram entrevistadas 2.393 pessoas, com mais de quinze anos. O resultado foi o seguinte: entre os homens, 23,4% eram fumantes, e, entre as mulheres, 20%.
Fonte : Jornal O Globo

Gene agrava doença pulmonar em fumantes passivos, dizem pesquisadores

da France Presse, em Washington
Pesquisadores norte-americanos descobriram um gene responsável pelo agravamento da mucoviscidose --uma doença pulmonar-- em pessoas expostas ao tabagismo passivo. A informação é de um estudo publicado na terça-feira (29) nos Estados Unidos.
De acordo com os pesquisadores, a variação de um gene enfraquece as funções pulmonares e encurta o tempo de vida das pessoas que sofrem desta doença hereditária --caracterizada pela hipersecreção de um muco muito viscoso que bloqueia as vias dos órgãos afetados, podendo predispor a pessoa a infecções respiratórias mortais.
Os pacientes com uma variação do gene TGFbeta1 têm suas funções pulmonares duas vezes mais deterioradas quando são expostos ao tabagismo passivo do que aqueles que não o são, afirmam os autores, em estudo publicado no "Journal of the American Medical Association".
"Sempre suspeitamos que o tabagismo passivo era nocivo para as pessoas que sofrem de doenças pulmonares. Agora apontamos para um gene específico cuja variação agrava o estado destes pacientes", ressalta o Garry Cutting, professor de Pediatria e de Medicina da Universidade Johns Hopkins, de Baltimore (EUA).
"Estamos verdadeiramente surpresos de que uma variação genética tão fraca possa dobrar os efeitos nefastos do tabagismo passivo sobre as funções pulmonares destes pacientes", acrescentou.
Segundo Cutting, o tabagismo passivo equivale para estes indivíduos a um perda de sete anos em suas funções pulmonares. (Fonte: FolhaOnline)

Crianças são vítimas do fumo passivo!


Iniciativa global para proteger crianças do fumo passivo:

É uma estatística surpreendente: 700 milhões de crianças - quase a metade dos jovens do mundo - respiram ar poluído pela fumaça de tabaco. As pessoas que fumam em espaços confinados, como dentro de casa ou no carro, submetem outras pessoas a uma mistura perigosa de toxinas, inclusive nicotina, monóxido de carbono e cianeto, mesmo quando as janelas estão abertas. O fumo passivo expõe crianças a riscos crônicos de saúde:- Aumenta o risco de um bebê morrer subitamente de causas inexplicáveis- Contribui para o peso baixo de nascituros e prejudica o desenvolvimento dos pulmões- Causa bronquite e pneumonia em adultos jovens- Aumenta o risco de infecções auriculares, asma, tosse e respiração ofegante entre crianças em idade escolarEssas ameaças à saúde ressaltam a necessidade de os pais protegerem as crianças do fumo passivo. Na primeira campanha global deste gênero, a International Union Against Cancer (UICC) [União Internacional Contra o Câncer] e membros do mundo inteiro conduzirão uma iniciativa para promover às crianças ambientes livres de fumo. A campanha "I love my smoke-free childhood" (Adoro minha infância livre de fumo) foi lançada no Dia Mundial do Câncer, 4 de fevereiro, com estas mensagens para os pais:- Evite fumar em casa ou no carro- Alerte as crianças para ficarem longe do fumo passivo ou de locais que permitem fumar- Ensine às crianças que não existe um nível seguro de fumo passivo- Não fume durante a gravidez ou perto de alguma mulher grávida- Use uma creche livre de fumo- Se você é fumante, pergunte ao médico como fazer para parar- Seja um modelo de comportamento para seu filho - não fumeEm apoio a essas mensagens, a UICC está publicando um relatório especializado de 40 páginas, "Protecting our children against secondhand smoke" [Protegendo nossos filhos contra o fumo passivo].A campanha "I love my smoke-free childhood" é o primeiro foco dentro da Campanha Mundial Contra o Câncer, um esforço qüinqüenal de prevenção do câncer lançado no Dia Mundial do Câncer de 2007. A Campanha oferece aos pais medidas simples para serem ulteriormente compartilhadas com as crianças na prevenção do câncer. (www.worldcancercampaign.org)"Quarenta por cento dos cânceres são evitáveis através de hábitos saudáveis. A primeira medida de prevenção é a educação, começando com pais e filhos. Cada história de sucesso significa menos vidas perdidas", diz Isabel Mortara, diretora executiva da UICC. "Os cânceres relacionados com o tabaco lideram a lista de mortes evitáveis, e centenas de milhares de pessoas que nunca fumaram morrem a cada ano de doenças causadas pelo fumo passivo. É por isto que esta iniciativa é tão importante".Além de objetivar individualmente as pessoas, a UICC encoraja os formadores de opinião a colocar o câncer nas agendas públicas. Um número crescente de países já adotou leis 100% livres de fumo, proibindo fumar em todos os espaços públicos fechados, sem exceção. A Irlanda foi o primeiro país a fazê-lo em 2004, seguida pelo Reino Unido, Nova Zelândia, Uruguai, Bermudas, Butão e Irã. Porto Rico e vários estados e cidades dos EUA adotaram também tais proibições. "Os países com leis 100% livres de fumo devem ser elogiados por seu legado em prol de famílias mais saudáveis. Nessas nações, a porcentagem de crianças expostas ao fumo passivo vem diminuindo com o tempo", diz o Dr. Franco Cavalli, presidente da UICC. "Embora tal tendência seja encorajadora, esta abordagem sozinha não protegerá as crianças do fumo passivo. É por isto que a educação dos pais é tão decisiva".No Dia Mundial Contra o Câncer, a UICC lançará um concurso global do desenho de uma placa indicativa de ambiente livre de fumo. O objetivo é o reconhecimento universal de uma placa "livre de fumo" para lares e carros. Pessoas físicas e agências criativas podem se inscrever. O trabalho artístico vencedor será anunciado em 5 de maio e ganhará US$5.000.
Fonte : PR Newswire

Previsões da OMS


RELATÓRIO INÉDITO DA OMS COLOCA BRASIL NA LISTA DE PAÍSES QUE PODE PROVOCAR A MORTE DE 1 BILHÃO DE PESSOAS NO SÉCULO XXI POR CAUSA DO CIGARRO:

Aliança do Controle ao Tabagismo entende que a crítica situação deve-se a fatores como os impostos e o baixo preço do produto. Governo pode e deve intervir imediatamente
A Organização Mundial da Saúde acaba de lançar sua primeira análise mais abrangente sobre os esforços no controle do tabagismo e faz um alerta: apenas 5% da população mundial vivem em países com adoção de medidas-chaves que reduzem as taxas do tabagismo. Apesar do progresso vivido nos anos mais recentes, nenhum governo está implementando todas as intervenções-chaves por completo: monitorar, criar ambientes 100% livres de fumo, tratar a dependência do tabaco, pôr advertências nas embalagens, proibir a publicidade, promoção e patrocínio, e aumentar os impostos.
Para Paula Johns, presidente da ACT, “o Brasil foi pioneiro em algumas áreas, mas não segue uma medida básica de custo zero: o aumento dos preços e impostos, e com isso o cigarro brasileiro é o sexto mais barato do mundo”.
Se não houver um esforço global para diminuir o número de fumantes, o tabagismo pode matar 1 bilhão de pessoas no século 21, nos países em desenvolvimento, grupo no qual está enquadrado o Brasil. Esta previsão significa 10 vezes mais mortes do que se previa no século passado. O cigarro mata 5,4 milhões por ano no mundo (mais do que a soma das vítimas de tuberculose, malária e Aids), número, aliás, que deve crescer para 8 milhões em 2030, de acordo com projeção da OMS.
O novo documento enfatiza o impacto do fumo nos países em desenvolvimento, já que 80% das mortes previstas para 2030 vão ocorrer nessas nações, de acordo com a organização. O consumo de tabaco está em queda nos países ricos, mas é crescente nos pobres e de renda média, segundo a OMS.
Isto é resultado da estratégia mundial adotada pela indústria, que foca sua expansão no público jovem e em adultos dos países em desenvolvimento, assegurando a dependência de milhões todos os anos. O alvo em jovens mulheres está destacado no documento como “um dos mais sinistros para o crescimento da epidemia”.

OS SEIS PONTOS QUE PODEM PREVENIR A CATÁSTROFE:
O documento também revela que os governos, na maioria dos países, recolhem 500 vezes mais dinheiro nos impostos sobre produtos de tabaco a cada ano do que gastam em esforços de controle do tabagismo. Isso mostra que o aumento dos preços e impostos sobre tabaco, a estratégia mais efetiva, pode ser significantemente empreendida em todos os países, fornecendo uma fonte de fundos sustentáveis para implementar e reforçar a abordagem recomendada pela OMS. Os seis pontos que a entidade destaca são:
1. Monitorar o uso do tabaco e as políticas de prevenção.
2. Proteger as pessoas contra a fumaça do tabaco.
3. Oferecer ajuda para cessação.
4. Advertir sobre os riscos à saúde.
5. Reforçar a proibição de propaganda, promoção e patrocínio pelas empresas de tabaco.
6. Aumentar os impostos sobre produtos de tabaco.
“Embora os esforços para combater o tabaco estejam aumentando, todos os países precisam fazer mais. Essas seis estratégias estão ao alcance de todo país, rico ou pobre, e quando combinadas, oferecem a melhor chance de reverter esta epidemia crescente”, disse Margaret Chan, diretora geral da OMS. O relatório foi lançado com ajuda financeira da Bloomberg Philanthropies, fundação do prefeito de Nova York, Michael Bloomberg, que lançou uma iniciativa mundial para apoiar organizações de diversos países no controle do tabagismo.
Outras descobertas do relatório são:
1. Apenas 5% da população global estão protegidos por legislações abrangentes contra o fumo em ambientes fechados e 40% dos países ainda permitem fumar em hospitais e escolas.
2. Somente 5% da população mundial vivem em países com proibição de publicidade e promoção de produtos de tabaco.
3. Apenas 15 países, representando 6% da população global, exigem que os maços de cigarro tenham imagens de advertência sobre os riscos do produto, o Brasil inclusive.
4. Os serviços para tratar a dependência ao tabaco estão totalmente disponíveis em somente nove países, atingindo 5% da população mundial.
5. As receitas dos impostos sobre tabaco são mais de 4 mil vezes maiores que os gastos com controle de tabagismo nos países de renda média e mais de 9 mil vezes, nos países de baixa renda. Os países de alta renda arrecadam 340 vezes mais dinheiro em impostos sobre tabaco do que gastam em controle do tabagismo.

O CONTROLE GLOBAL DO TABAGISMO:
Pela primeira vez, a OMS conseguiu detalhar o estágio atual do controle do tabaco entre seus estados membro, mostrando o que governos nacionais já fizeram e o quanto mais é necessário ser feito. A descoberta principal do relatório é que todo país precisa fazer muito mais para parar a epidemia do tabagismo.
Somente 86 dos 193 estados membros da OMS têm dados nacionais representativos para adultos e jovens. Mais da metade da população mundial vive em áreas sem acesso a informações minimamente adequadas sobre o uso do tabaco. Os sistemas de monitoramento são fracos nos países de baixa e média rendas.
Segundo o relatório, a proibição da publicidade em 14 países conseguiu reduzir o consumo em 9% deles, num período de 10 anos. Em comparação, um grupo de 78 países que manteve a publicidade registrou queda de consumo de apenas 1%.
Países que vetaram o fumo em ambientes fechados tiveram percentual de queda parecido. Em Nova York, a proibição de cigarro em bares e restaurantes recebeu apoio de quase 80% dos moradores, e na Irlanda, 90%.
No Brasil, a ACT comprovou isso através de pesquisa feita pelo Instituto Datafolha, em novembro de 2007, em São Paulo, que mostrou que é esmagadora a posição contrária ao fumo em locais fechados: 88%. Entre os próprios fumantes, 85% apóiam ambientes fechados livres de fumo. O apoio à proibição do fumo é muito grande principalmente para restaurantes (86%) e lanchonetes (81%). A maioria também quer a proibição em bares (59%) e casas noturnas (58%).

O AUMENTO DOS IMPOSTOS:
A medida mais eficaz para reduzir o consumo, de acordo com a análise da OMS, é o aumento dos impostos. Na África do Sul, por exemplo, o consumo de cigarros caiu cerca de 40% a partir da década de 90 porque o preço do maço dobrou.
Embora alguns países tenham aumentado os preços e impostos sobre produtos de tabaco, eles continuam baixos na maioria esmagadora dos países, inclusive no Brasil. Com inflação e aumento do poder de compra do consumidor, os cigarros estão mais acessíveis, até em muitos países onde o imposto representa uma grande proporção do preço.
Entre 152 países que forneceram informação, os impostos variam entre zero e mais que 80%. A maioria, portanto, pode aumentar os impostos significativamente.
Apesar da alta arrecadação com os impostos, a falta de financiamento para o controle do tabagismo é indefensível, segundo a OMS. Os 89 países com orçamento para isso gastam 343 milhões de dólares por ano -- com 95% deste total gastos em países de alta renda e cerca de 90% gastos por sete destas poderosas nações. Por contraste, mais ou menos 4% do total global são gastos em países de média renda, e menos de 1% nos de baixa renda.
A OMS identifica, ainda, o aumento do imposto sobre tabaco como um meio de desestimular o consumo entre jovens, além de ajudar os usuários a parar. Apenas quatro países, representando 2% da população mundial, têm médias de impostos acima de 75% do preço de venda no mercado. E em quatro de cinco países de alta renda, os impostos atingem entre 51-75% dos preços de venda. Um aumento de 70% no preço do tabaco poderia prevenir um quarto de todas as mortes relacionadas ao tabagismo em todo o mundo. Um aumento de 10% poderia causar uma queda de 4% no consumo em países de alta renda e de 8% nos de baixa e média rendas, com a receita provenientes dos impostos subindo.
O relatório pode ser lido na íntegra no site da OMS: www.who.int/tobacco/mpower

Consumo exagerado!


60% dos fumantes consomem mais de 40 cigarros por diaAline Bosio:
Fonte: Repórter Diário, 18/02/08

Um levantamento da Secretaria de Estado da Saúde, realizado com 582 pessoas em ações de orientação e prevenção promovidas por intermédio do Cratod (Centro de Referência em Álcool, Tabaco e Outras Drogas), constatou que mais de 60% dos fumantes consomem mais de dois maços por dia.Segundo a pesquisa, quem consome dois maços ou mais por dia é considerado fumante pesado. Já quem fuma até um maço de cigarros por dia representou 22,5% do total. Os fumantes leves, que consomem menos de um maço por dia somam 14,2% dos avaliados pela Secretaria. Os demais 3% não conseguiram ou desistiram de realizar o teste.Os resultados do estudo foram feitos a partir da aplicação de uma espécie de "bafômetro do cigarro", um aparelho que mede a concentração do monóxido de carbono no organismo da pessoa. O resultado apresentado no display do equipamento é comparado às escalas numéricas de um gabarito, que identifica se o paciente é fumante pesado, fumante ou fumante leve. "Não há um nível seguro para o consumo de cigarro. Ele não é indicado em nenhuma quantidade", afirma a diretora do Cratod e coordenadora do Programa Estadual de Combate ao Tabagismo, Luizemir Lago.O levantamento mostra que fumantes com idade entre 45 e 49 anos são os mais interessados em abandonar o vício. Entre os fumantes com idade entre 20 e 24 anos, a intenção de parar de fumar é de apenas 7,9%.Segundo a diretora do Cratod, as pessoas mais velhas têm mais interesse em parar de fumar que os jovens porque na meia idade o fumante começa a sentir os efeitos do tabaco no organismo. Segundo Luizemir, a responsável pela dependência do cigarro é a nicotina, substância que estimula o sistema nervoso, causando a sensação de prazer e de calma. Doenças consideradas banais como sinusite, rinite, conjuntivite e alergias podem ter sua origem no cigarro. "Quando uma criança vai ao pediatra e é diagnosticado sinusite, por exemplo, ele pede para a mãe se desfazer de bichos de pelúcia, carpetes e cortinas. O problema é que muitos esquecem de perguntar se os pais fumam, pois este pode ser o real motivo da doença", alerta.Outros problemas de saúde mais sérios como enfisema pulmonar, câncer de boca, língua, laringe, pulmão e até de bexiga podem ser provocados pelo cigarro. "Também estão quase conseguindo provar que alguns casos de câncer de mama também são causados pelo cigarro", diz. Para se livrar do vício, a dica dada pela médica é tentar se distrair com qualquer outra coisa na hora que à vontade de fumar chega. "Também é importante mudar os hábitos que fazem lembrar do cigarro", ensina.


Anna Monteiro
ACT - Aliança de Controle do Tabagismo
(21)3311-5640 / 8152-8077
anna.monteiro@ actbr.org. br

Souza Cruz condenada!


Justiça acolhe ação do MPT e proíbe Souza Cruz de submeter empregados à degustação de cigarros:

A Souza Cruz está proibida de submeter seus empregados à degustação de cigarros com o intuito de avaliar o próprio produto e o dos concorrentes. A decisão é da 1ª Turma do Tribunal Regional do Trabalho do Rio de Janeiro (1ª Região) em ação na qual o Ministério Público do Trabalho alegou violação, por parte da empresa, à legislação relativa à saúde do trabalhador ao utilizá-lo como provador de substância cancerígena e causadora de dependência química.A Souza Cruz foi condenada a pagar R$ 1 milhão por danos morais coletivos. Os valores serão revertidos ao Fundo de Amparo ao Trabalhador (FAT).A ação civil pública foi proposta pelos procuradores do Trabalho Valéria Sá Carvalho da Silva Corrêa, Cynthia Maria Simões Lopes, Juliane Mombelli e André Riedlinger Teixeira, em 2003. A 15ª Vara do Trabalho do Rio de Janeiro decidiu pela procedência da ação do MPT. A sentença foi agora confirmada pelo TRT/RJ.O início da investigação ocorreu após a participação da então procuradora-chefe do Ministério Público do Trabalho no Rio, Aída Glanz, em reportagem produzida pelo Jornal da Rede Bandeirantes, em agosto de 2002, sobre a utilização de empregados como degustadores de cigarro. Na matéria jornalística, um ex-funcionário da empresa relatou problemas de saúde após ter sido provador do produto durante muitos anos, o que o levou a recorrer à Justiça para pleitear indenização.Cópia da entrevista foi encaminhada à Coordenadoria de Defesa de Interesses Coletivos (Codin) para apurar o caso. De acordo com informações obtidas ao longo da investigação, a Souza Cruz mantém um setor denominado "Painel de Avaliação Sensorial", que é voltado para a experimentação e avaliação dos cigarros produzidos pela empresa e pelos concorrentes. A degustação é feita por empregados fumantes que trabalham em diversos setores da companhia. Eles avaliam se o produto provoca sensações irritantes, além do gosto, acidez, aroma, impacto ao tragar, entre outros pontos.“A situação apresentada desafiou a intervenção do Ministério Público do Trabalho na qualidade de guardião da ordem jurídica e dos direitos sociais e indisponíveis dos trabalhadores, pois a Souza Cruz viola todo o arcabouço jurídico de proteção à saúde do trabalhador. A decisão judicial é exemplar, pois acolhe a fundamentação do MPT no sentido de que os direitos fundamentais devem ser interpretados e aplicados de maneira a oferecer, acima de tudo, a devida tutela àquele que se encontra no ápice do ordenamento jurídico: o homem”, disse a procuradora Valéria Sá Carvalho da Silva Corrêa.De acordo com a decisão do TRT/RJ, a empresa também deverá prestar assistência por 30 anos a cada um dos trabalhadores que desempenham ou desempenharam a função de provadores de cigarros, bem como realizar exames médicos periódicos, tratamento médico e hospitalar e pagamento das despesas necessárias a aqueles que submeteram à função.
Fonte : Assessoria de Comunicação Social da Procuradoria Regional do Trabalho da 1ª Região

Vício precoce


Metade dos fumantes se vicia antes dos 14 anos:

Metade dos fumantes iniciou o vício entre 6 e 14 anos de idade. É o que revela pesquisa do Centro de Referência em Álcool, Tabaco e Outras Drogas (Cratod). Foram ouvidas cerca de 500 pessoas atendidas na unidade estadual de São Paulo entre fevereiro de 2006 e fevereiro de 2007.Na infância, o início do vício aconteceu entre os 6 e os 11 anos para 13,46% dos fumantes. Outros 36,54% começaram a fumar entre os 12 e os 14 anos – faixa etária onde a iniciação ao consumo do cigarro é maior dentre todas as analisadas. Para 28,85% dos fumantes, o cigarro passou a fazer parte da rotina entre os 15 e os 20 anos de idade. “Os jovens são mais suscetíveis ao fumo, pois não sentem os efeitos de imediato. Quase 80% das pessoas começam a fumar antes dos 20 anos. Por isso é importante informá-los quanto aos riscos e os males que o hábito de fumar traz no futuro”, afirmou Luizemir Lago, diretora do Cratod.Prova de que os jovens são mais suscetíveis aos apelos do tabaco está no fato de que, segundo a pesquisa, apenas 7,69% das pessoas começam a fumar após os 25 anos – apenas 1,92% após os 30 anos. Além disso, o exemplo familiar é fator preponderante no estímulo ao fumo. Do total de pessoas pesquisadas pelo Cratod, 67% possuem um fumante na família. As mulheres querem mais parar de fumar do que os homens. Das 500 pessoas atendidas no Cratod, entre fevereiro de 2006 e fevereiro de 2007, 57% foram mulheres e 43%, homens. Elas alegam que a rejeição dos homens, redução da fertilidade, riscos de doenças cardiovasculares e câncer de pulmão estão entre os principais motivos para abandonar o vício.
Fonte : Correio da Bahia

Indústria do fumo ainda é poderosa e próspera!


Décadas sob ataque e ainda poderosa:

Cada vez mais acuada e demonizada, a indústria do fumo segue próspera como nunca.Se existe algo a que a indústria do fumo teve de se acostumar ao longo dos anos, é receber más notícias. A última delas veio da França, no início do mês, com a proibição do fumo em todos os ambientes fechados do país. Com a medida, caiu um dos últimos bastões de resistência ao antitabagismo – entre os franceses, o cigarro é considerado parte da cultura nacional. A pátria dos mitológicos Gauloises e Gitanes sempre ironizou as cruzadas contra o fumo conduzidas principalmente nos Estados Unidos, mas acabou cedendo à realidade dos problemas crescentes de saúde pública.Estima-se que medidas desse tipo derrubem em até 4% o consumo de cigarros no primeiro ano de proibição – isso em um setor que já encolhe 1% ao ano em escala global. Seria um cenário apocalíptico para qualquer indústria. No entanto, apesar de acuada e demonizada – não sem razão, diga-se – a indústria do fumo segue surpreendentemente saudável. Ela continua sendo uma das mais lucrativas do mundo, com margens superiores às de qualquer outra voltada para produtos de consumo.O faturamento das multinacionais do setor cresce, em média, a uma taxa de 3%. Ao mesmo tempo em que o governo francês bania os fumantes para as calçadas dos cafés e restaurantes, a agência de avaliação americana Standard & Poor’s qualificava as ações do conglomerado Altria – dono da Philip Morris e de marcas como Marlboro – como uma das melhores opções de investimentos para 2008. “Os papéis desse setor estão mais valorizados que nunca”, diz Jonathan Leinster, analista do banco UBS em Londres. O momento é particularmente favorável a tais ações dada a instabilidade dos mercados financeiros mundiais. Nas bolsas de valores, os papéis das empresas do fumo são conhecidos como “defensivos”, pois oscilam pouco em decorrência dos bons resultados financeiros. São, portanto, uma espécie de porto seguro para investidores em cenários adversos, como a atual desaceleração da economia americana.O que explica esse paradoxo? Há pelo menos dois fatores que permitem que uma indústria com uma imagem tão ruim prospere.O primeiro deles é que as multinacionais foram muito bem-sucedidas em montar estratégias para aumentar o faturamento nas diferentes regiões do globo. Nos países desenvolvidos, onde em geral o consumo de cigarro cai a um ritmo mais acelerado, optou-se por progressivos aumentos de preços. No começo do mês, a Philip Morris anunciou um reajuste de 2% a 4% em suas marcas na Espanha. Só essa medida deve aumentar os lucros da companhia entre 5% e 7%, segundo previsões do banco JP Morgan. Os consumidores, fiéis às marcas, pagam por isso. Já nos países em desenvolvimento – origem de dois terços das vendas das multinacionais do fumo – as empresas têm se valido do aumento do poder aquisitivo da população para vender suas marcas em substituição às mais baratas que dominavam esses mercados.O segundo fator é que as fabricantes de cigarro têm se esforçado para afastar a imagem de corporações malévolas, formada principalmente da conduta prepotente que essas empresas tiveram no passado. Por quase três décadas, as companhias do setor, em especial no mercado americano, procuraram desqualificar todo tipo de evidência de que o fumo tem efeitos devastadores sobre a saúde. Da mesma forma, avançaram com estratégias de marketing sobre os consumidores mais jovens, associando o fumo a esportes radicais e estilo de vida arrojado – uma forma de cativar compradores que estarão no mercado por décadas. Hoje, a situação é outra. Proibida de anunciar seus produtos em vários países – entre eles o Brasil – a indústria cedeu e mudou de posição. “O cigarro vicia e causa doenças graves. Qualquer pessoa preocupada com as conseqüências do produto para a saúde só tem uma alternativa: parar de fumar”, diz Amâncio Sampaio, presidente da filial brasileira da Philip Morris, expressando a atual postura global da companhia, divulgada sempre que possível.No Brasil, mesmo com a publicidade proibida, a líder de mercado Souza Cruz mantém anúncios em jornais e revistas que divulgam as políticas de responsabilidade social da empresa – sem fazer menção ao cigarro, o que é perfeitamente legal. A empresa também continua próxima aos jovens, mas agora de uma maneira totalmente diferente. Por meio de um programa de palestras e do portal de internet Diálogos Universitários, patrocina encontros de celebridades esportivas, como o velejador Lars Grael e o técnico de vôlei Bernardinho, com estudantes de todo o país.Em um século de história, não foram poucas as vezes em que se previu o fim da indústria do fumo. Foi assim na década de 50, quando se descobriram os efeitos nocivos do cigarro à saúde, e nos anos 90, com a enxurrada de ações indenizatórias na Justiça Americana. Mesmo com a indústria se recuperando a cada golpe, muitos analistas consideram a produção de cigarros uma atividade de futuro limitado. “Esse setor sabe resistir aos baques, mas o negócio de cigarros está em declínio”, diz Janice Hofferber, da agência Moody’s. Há dois anos, a Philip Morris lançou um tipo de tabaco que não produz fumaça e atualmente está desenvolvendo cigarros que produzem menos danos à saúde. A questão é convencer os consumidores de que esses produtos podem substituir os cigarros sem oferecer os mesmos riscos – esse sim o gigantesco desafio da indústria do fumo daqui para a frente.
Fonte : Revista Exame/RJ

Fumar dá prejuízo!

Fumante compraria casa a cada dez anos:

Além dos comprovados danos a saúde, o cigarro causa problemas ao bem-estar financeiro. Pelos cálculos do consultor Reinaldo Domingos, o prejuízo pode corresponder ao valor de um imóvel de aproximadamente R$ 100 mil, a cada dez anos. "Se pegarmos um maço de cigarro a R$ 2,75 e capitalizarmos a juros de 1% por 30 anos, teremos aproximadamente R$ 288 mil de provável economia, não apenas para o bolso, mas para a saúde," explica Domingos, em entrevista à Agência Brasil. Apesar de o Banco Mundial calcular em cerca de US$ 200 milhões por ano os prejuízos com cigarro para as economias dos países, o consultor ressalta que não são feitas abordagens para demonstrar os prejuízos financeiros individuais causados pelo tabagismo.Segundo Domingos, poupar pequenas quantias, como os gastos com o fumo, pode ajudar a realizar metas e objetivos a longo prazo. "Às vezes, a pessoa não consegue comprar uma casa. Vou dar um exemplo: tem casa que custa R$ 100 mil. Você fumando por 20, 30 anos pode comprar duas ou três casas desse valor", afirma. Para Domingos, grande parte dos problemas financeiros dos brasileiros é provocada pela cultura de consumo imediato, sem a preocupação de guardar dinheiro. Segundo ele, 70% dos brasileiros economicamente ativos têm dívidas com cheque especial, cartão de crédito ou empréstimos, com um valor médio de R$ 1,5 mil. Um estudo da Fundação Getúlio Vargas concluiu que o fumante gasta mais com cigarros do que com o arroz e feijão, refeição básica da maioria das famílias brasileiras. Segundo o coordenador da pesquisa do Índice de Preços ao Consumidor (IPC) da FGV, André Braz, de 2004 para 2007, os preços do arroz e feijão caíram em média 20%, enquanto os preços do cigarro subiram 30% em média.
Fonte : O Tempo/SP

Aumento no preço do cigarro

Governo discute aumento no preço do maço de cigarro:

O governo federal retomou uma discussão polêmica, mas considerada essencial por especialistas: a necessidade de aumentar o preço do cigarro e, principalmente, a fixação de um valor mínimo por maço. Além de reiniciar o debate sobre o aumento de preços no Ministério da Saúde e entre a equipe econômica, o Executivo prepara-se para encaminhar ao Congresso Nacional um projeto de lei que proíbe até mesmo os fumódromos.
A elevação dos preços seria uma forma de conter a disseminação do tabagismo, resultado da extrema facilidade de os mais jovens comprarem cigarros. Uma pesquisa da Santa Casa de Misericórdia do Rio e da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp) revela que dois terços das pessoas que experimentam um cigarro se tornam viciadas. Pior: isso acontece, em média, aos 16 anos.
No Brasil, é possível comprar um maço por apenas R$ 2. Na última comparação de preços, o país ocupou o 6º lugar no ranking de cigarros mais baratos do mundo. "São duas batalhas difíceis, mas extremamente importantes para reduzir o consumo no País", disse ao Estado Tânia Cavalcanti, chefe da Divisão de Controle de Tabagismo do Instituto Nacional do Câncer (Inca), instituição ligada ao Ministério da Saúde.
Alguns setores do governo sustentam que o aumento dos preços pode elevar a sonegação e o contrabando.
Para Tânia, no entanto, as ações do Ministério da Justiça e da Receita Federal podem reduzir o comércio ilegal. O Ministério da Justiça integra o Comitê de Implantação da Convenção Quadro - acordo internacional assinado pelo Brasil que prevê medidas para prevenir o consumo do cigarro.
Drible das fabricantes- Em 2007, o governo aumentou o imposto que incide sobre o cigarro. Mas o aumento da carga tributária não aumentou o preço do produto. A medida é aconselhada para evitar que o vício se instale entre jovens e a população carente - hoje principal alvo da indústria do cigarro.

SEM REFÚGIO - Além da discussão sobre os preços, a política antitabagista espera agora contar com o fim dos fumódromos. O projeto de lei foi encaminhado na semana passada para a Casa Civil.
O texto retira um artigo da Lei 9.294/96, que proibia o consumo de cigarros em ambientes fechados de uso coletivo. O artigo que agora o governo quer retirar da redação previa uma exceção: ambientes restritos para o fumo. "O problema é que bares, hotéis e restaurantes fizeram interpretação própria. Reservaram um espaço, mas que não protege de nenhuma forma os não-fumantes", disse Tânia. Ela afirma que não há sistema de ventilação capaz de eliminar efeitos do cigarro.
Segundo o Inca, de 1979 a 2003 o número de fumantes no País caiu de 39% para 18%, entre a população maior de 15 anos. No mesmo período, o número de óbitos entre mulheres vítimas de câncer de pulmão cresceu 96,95%. O cigarro é responsável por 90% dos casos desse tipo de câncer. Entre os 10% restantes, um terço é composto por fumantes passivos.

REGIME DE URGÊNCIA - O projeto de lei dos fumódromos deverá ser encaminhado em regime de urgência. Tânia sabe que a proposta vai enfrentar resistência do lobby da indústria do cigarro. No passado recente, a indústria do fumo mostrou força política no Congresso - sobretudo no episódio da ratificação da Convenção Quadro do Tabaco, o acordo internacional assinado pelo Brasil que prevê medidas para prevenir e inibir o consumo do cigarro. O Brasil foi um dos primeiros a assinar o acordo, mas demorou dois anos para ratificá-lo.

Indústria do cigarro atrai jovens e mulheres de países em desenvolvimento

O consumo de tabaco aumentará nos países em desenvolvimento como conseqüência da estratégia da indústria do fumo de captar jovens e sobretudo mulheres nessas nações, onde já se concentram 80% dos fumantes, revelou hoje um relatório da ONU.
O Brasil e o México são os dois países com mais fumantes na América Latina, enquanto em nível mundial estão Rússia e China.
O estudo é o primeiro da Organização Mundial da Saúde (OMS) que analisa os esforços internacionais para controlar a chamada "epidemia do tabaco", que mata 5,4 milhões de pessoas ao ano, e que em 2030 será responsável pela morte de oito milhões.
Segundo os dados atualizados do relatório, um bilhão de pessoas consomem cigarros. A fumaça polui o ar que metade das crianças do planeta respira.
A "epidemia" se encaminha com força para os países em desenvolvimento, onde em 2030 estarão quatro de cada cinco vítimas mortais do tabaco, segundo o órgão sanitário da ONU.
Os analistas da OMS responsabilizam a indústria do tabaco por essa situação porque suas campanhas são dirigidas aos jovens e, em particular, às mulheres desses países.
Segundo o estudo, a maioria das mulheres ainda não fuma, o que as transforma em um novo mercado potencial.
Por enquanto, a relação é de uma mulher fumante para cada três homens, "mas no grupo entre 13 e 15 anos essa proporção já é de um para um", revelou à Agência Efe Armando Peruga, um dos autores do relatório.
Nos países em desenvolvimento, é observada uma leve diminuição do número de homens fumantes e um pequeno aumento das mulheres.
Estima-se que, em 20 anos, ambos os grupos estejam fumando igualmente, segundo o estudo.
Armando Peruga afirmou que são "destacáveis" os esforços de Brasil e Chile na luta contra o tabaco na América Latina.
O analista da OMS afirmou, porém, que o Uruguai é atualmente o país-modelo na luta contra o fumo, por ter aplicado o maior número de medidas recomendadas pelo órgão (quatro, de um total de seis), o que resultou na diminuição de 30% da venda de cigarros.
Na Europa, Irlanda, Reino Unido, Noruega, Austrália e Nova Zelândia são os países mais avançados neste tema.
No entanto, a três anos da entrada em vigor da Convenção Internacional para o Controle do Tabaco (ratificada por 152 países), nenhum país adotou todas as medidas recomendadas pela OMS.
Em 40% dos países ainda é permitido fumar em hospitais e escolas, e em apenas 15 países a introdução de advertências nas embalagens de cigarros é obrigatória.
O avanço relativo dos países considerados ricos nesta luta se explica porque estes "sofreram primeiro a epidemia do tabaco e por isso começaram antes a tomar medidas para freá-la". "Nos países em desenvolvimento o fumo começa a se apresentar como um problema sério", explicou Peruga.
Tentando derrubar certos mitos, a OMS assegura em seu relatório que as áreas destinadas a fumantes em lugares públicos "menosprezam os benefícios dos ambientes livres de fumaça" e defende a eficácia da proibição da publicidade de cigarro, pois nos países onde foi feita, o consumo caiu cerca de 16%.
Nas empresas onde se proibiu o fumo, o consumo diminuiu 29% entre os funcionários, indica também o órgão.
Em relação aos impostos, a OMS afirma que aumentar o preço do cigarro em 70% poderia ser uma boa tática.
Segundo o relatório, caso o preço aumentasse em apenas 10%, o consumo cairia 4% nos países ricos, e 8% nos de renda média e baixa.
Atualmente, os impostos provenientes da comercialização de cigarros representam uma renda 500 vezes maior em relação ao que o mundo gasta no controle do fumo. (Fonte: YahooNotícias)

Brasil está entre os 10 países com mais fumantes no mundo

O Brasil está entre os dez países com mais fumantes no mundo, segundo um comunicado da Organização Mundial de Saúde publicado em Nova York.


O tabaco poderá ainda matar bilhões de pessoas no planeta esse século, caso os governos e a sociedade civil não atuem rapidamente para reduzir seu consumo, continua o relatório da OMS.
"O tabaco matou 100 milhões de pessoas no mundo durante o século XX e matará bilhões no século XXI se as tendências atuais se mantiverem", indica o "Informe sobre a epidemia mundial de tabagismo", apresentado pela diretora-geral da OMS, Margaret Chan, e o prefeito de Nova York, Michael Bloomberg.
"Se não se fizer nada, o número de mortes ligadas ao tabagismo alcançará mais de oito milhões de pessoas por ano até 2030, e 80% desses casos irão ocorrer nos países em desenvolvimento", continua o documento.
O estudo, que exibe estatísticas sobre o consumo de tabaco e as medidas tomadas para reduzir esse hábito em países que representam 99% da população mundial, recomenda uma estratégia em seis fases chamada "MPOWER", para lutar contra esse problema.
Essa estratégia inclui o acompanhamento, em cada país, do consumo e as políticas de prevenção; a proteção da sociedade contra o fumo de tabaco; o desenvolvimento de programas de ajuda para pessoas que desejam parar de fumar; o melhoramento da informação sobre os perigos do tabagismo; a aplicação efetiva de proibições para as propagandas de tabaco e a alta de impostos para esse produto.
"Essas seis estratégias estão ao alcance de todos os países e, combinadas em um só 'pacote', nos oferecem a possibilidade de reverter a crescente epidemia", disse Bloomberg, também um ex-fumante.
Segundo o informe, cerca de dois terços dos fumantes do mundo vivem em dez países: China (cerca de 30%), Índia (10%), Indonésia, Rússia, Estados Unidos, Japão, Brasil, Bangladesh, Alemanha e Turquia.
Contudo, apenas 5% da população mundial está protegida por legislações amplas contra o tabagismo, enquanto metade dos países -- dois terços do mundo desenvolvido -- não têm informações mínimas a respeito do consumo do tabaco.
Por outro lado, "na maioria dos países, o consumo do tabaco é maior entre os pobres do que entre os ricos, e os menos favorecidos sofrem mais com as conseqüências das doenças associadas com o tabagismo, o que gera dificuldades econômicas e perpetua o círculo vicioso da pobreza e da doença", adverte o estudo da OMS.
Descrevendo o informe como "revolucionário", o prefeito de Nova York declarou também que, "pela primeira vez, o mundo dispõe de um enfoque rigoroso para deter a epidemia do tabagismo uma vez que existem estatísticas sólidas para que cada parte se responsabilize". (Fonte: YahooNotícias)

Mais:


Postagens Mais Lidas: