EUA lançam campanha contra cigarro com vídeos de ex-fumantes doentes


Tabagismo:
Maior ação antitabagismo já feita por órgão de saúde americano, 'Tips from Former Smokers' mostra realidade do vício
O Centro para Saúde e Prevenção de Doenças (CDC, na sigla em inglês), órgão de saúde dos Estados Unidos, lançou, neste mês, sua maior ação anticigarro já feita. Com um custo de 54 milhões de dólares, o Tips from Former Smokers (ou Dicas de Ex-fumantes, em português), como é chamada a campanha, tem como objetivo convencer e ajudar os fumantes a deixarem o vício e, para isso, disponibiliza fortes depoimentos, vídeos e fotografias de pessoas que convivem com doenças relacionadas ao tabagismo. Essas imagens estão sendo exibidas desde esta segunda-feira em anúncios de televisão, rádio, revistas e jornais de todo o país, e devem ser veiculadas durante ao menos 12 semanas.
No site oficial da campanha, é possível encontrar todas as informações e imagens que estão sendo veiculadas na mídia dos EUA. Ao todo, são 14 depoimentos parte deles acompanhados de vídeos de ex-fumantes, que relatam quando começaram a fumar, por quanto tempo o vício durou e quais danos à saúde o hábito acarretou. (Assista a um dos vídeos da campanha abaixo). São mostrados problemas como câncer de pulmão e de garganta, asma, derrame cerebral e outras doenças cardiovasculares. Além disso, há também depoimentos de pessoas que foram bem sucedidas ao deixar o vício. As fotografias de pessoas prejudicadas pelo tabagismo também podem ser vistas na página da internet.
"Basicamente estes são anúncios sobre os reais efeitos do tabagismo sobre pessoas reais. Eles mostram câncer, ataques cardíacos, amputação, acidente vascular cerebral e como é viver com essas condições", afirmou à agência Reuters o diretor do CDC, Thomas Frieden, que estima que a campanha fará com que aproximadamente 50.000 americanos abandonem o cigarro.
Parte dos anúncios da campanha também exibe o ‘1-800-QUIT-NOW’, número de telefone para o qual as pessoas que estão tentando deixar o cigarro podem ligar e obter um suporte gratuito. Além disso, a campanha também divulga o smokefree.gov, um site do governo que também fornece ajuda para os candidatos a ex-fumantes.
Epidemia — De acordo com o CDC, o cigarro continua sendo a principal causa de mortes por doenças evitáveis nos Estados Unidos: todos os anos, 443.000 americanos morrem por complicações derivadas do hábito. Ainda segundo o órgão, oito milhões de pessoas convivem com problemas de saúde relacionados ao tabagismo e mais de 1 000 jovens menores de 18 anos se tornam fumantes todos os dias no país.
A Organização Mundial da Saúde (OMS) estima que um terço da população mundial adulta, cerca de 1,3 bilhão de pessoas, seja fumante. De acordo com o Ministério da Saúde, 18,8% dos brasileiros fumam.[Fonte: Veja/UNIAD]

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Anvisa proíbe venda de cigarros com sabor



Cigarros com aditivos como chocolate, baunilha, menta e morango estão proibidos no País. Depois de mais de um ano de discussão e muita polêmica, a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) aprovou nesta terça-feira (13) uma resolução que impede o uso de substâncias que mudam o sabor ou o cheiro de produtos de fumo. A medida, na prática, passa a valer dentro de um ano e meio. Este é o tempo dado para a indústria mudar a linha de produção e escoar ou recolher o produto existente no mercado. Para cigarrilhas e charutos, o prazo é maior: 18 meses para interrupção da produção e seis meses, para retirada dos produtos do comércio.
A versão aprovada por unanimidade é mais branda da que foi colocada em consulta pública em dezembro de 2010. A medida permite a adição de açúcar ao tabaco para repor a substância perdida no processo de secagem. A versão anterior incluía o açúcar na lista de proibições. A adição permitida, no entanto, terá de obedecer um critério. Fabricantes terão de informar quanto do açúcar foi perdido no processo de cura e quanto foi reposto.
A resolução aprovada hoje também garante a permanência de um grupo de outras sete substâncias que não alteram o sabor ou cheiro do tabaco mas são usadas durante o processo de produção. Entre elas estão glicerol, adesivos e agentes aglutinantes.
A proibição de aditivos aromatizantes e que emprestam sabor aprovada pela Anvisa atende a uma recomendação da Convenção Quadro do Tabaco, acordo mundial com medidas para reduzir e prevenir o tabagismo, do qual o Brasil é signatário. Médicos e grupos antitabagistas asseguram que a adição de produtos que alteram o sabor e cheiro do cigarro é uma tática há tempos usada pela indústria para atrair novos fumantes, principalmente crianças e adolescentes. Na edição de hoje, o jornal O Estado de S. Paulo mostrou pesquisa feita com 17 mil estudantes de 13 a 15 anos em 13 Estados do País que mostrou que a maioria dos alunos que já experimentara cigarro preferiam os com sabor, principalmente os mentolados.
"Foi um ganho para a saúde pública do País", comentou o diretor da Anvisa, José Agenor Álvares da Silva, ao fim da reunião. Embora a decisão tenha sido unânime, o clima da reunião de hoje foi tenso. Um dos diretores, Jaime Oliveira, havia sugerido que outros aditivos que não conferissem sabor ou odor ao produto fossem permitidos na produção de cigarros brasileiros. Estima-se que existam cerca de 600 aditivos usados no cigarro. A proposta já havia sido apresentada na segunda-feira, em uma reunião informal entre diretores. Hoje, depois de muita discussão, ficou acertado que, no futuro, empresas poderão enviar propostas tanto para liberar quanto para proibir novas substâncias.
O diretor-executivo da Associação Brasileira da Indústria de Fumo, Carlos Fernando Galante, não quis fazer uma avaliação sobre a resolução. "Temos de discutir qual impacto que essa medida exercerá no setor", afirmou. Ao longo do último ano, a indústria do fumo pressionou sob todas as formas o governo para tentar evitar a aprovação da medida. Eles asseguram que a proibição da adição de produtos ao cigarro pode afetar o setor, que emprega milhares de pequenos agricultores no País. "Esse discurso é muito semelhante àquele que foi feito durante a aprovação da Convenção Quadro do Tabaco: na época eles diziam que o setor estava ameaçado. E vemos que a atividade nunca esteve tão fortalecida", afirmou Paula Johns, da Aliança de Controle do Tabagismo.
De acordo com a indústria do fumo, cigarros com sabor representam cerca de 3% do mercado brasileiro. Ao longo dos últimos anos, o número de marcas com sabores aumentou de forma expressiva no País. "Diante das restrições com publicidade, as imagens de advertência, eles reforçaram outra estratégia que sabidamente é eficaz entre jovens: tornar o cigarro mais atrativo", afirmou Vera Costa e Silva, pesquisadora da Fiocruz. [Fonte: Yahoo]

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