Brasil tem mais ex-fumantes do que fumantes, diz IBGE

O número de ex-fumantes supera o de fumantes no Brasil. O País tem 24,6 milhões de fumantes, o equivalente a 17,2% da população adulta. Por outro lado, já possui 26 milhões de pessoas que deixaram de fumar, a maioria há mais de dez anos. O levantamento, o mais completo já realizado sobre o número, perfil e hábitos dos fumantes no Brasil, foi feito pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), em parceria com o Instituto Nacional de Câncer (Inca). O IBGE entrevistou 51 mil pessoas de 851 municípios. A pesquisa utilizou metodologia internacional e está sendo realizada em mais 13 países.
Dos fumantes, 87,7% fumam diariamente e 52,1% pretendem largar o vício. No entanto, quando questionados quando abandonarão o fumo, 81,4% dos entrevistados responderam que não será nos próximos 12 meses. Os fumantes ocasionais representam 12,3% do total dos que fumam e apenas 2,1% da população. Nunca fumaram 64,7%.

Um terço dos tabagistas fuma entre 15 e 24 cigarros por dia, o equivalente a um maço, e quase 40% dá as primeiras tragadas até meia hora depois de acordar - o que, segundo especialistas, é indicativo de alto grau de dependência. Nos últimos 12 meses, 45,6% dos fumantes revelou ter tentado deixar o vício, mas apenas 22% recorreu à ajuda de algum profissional de saúde ou a medicamentos.

Perfil:
Os fumantes são predominantemente homens: 14,8 milhões contra 9,8 milhões de mulheres. A maioria dos tabagistas (77,7%) tem entre 25 e 64 anos e a maior parte deles (31,9% das pessoas entre 20 e 34 anos) começaram a fumar entre os 17 e 19 anos. A região Sul foi a que registrou o maior porcentual de fumantes - 19% da população - e é também onde as mulheres mais fumam (15,9%, enquanto a média nacional é de 13,1%).

Proporcionalmente, fuma-se mais na área rural, 20,4% contra 16,6% nas áreas urbanas. Nas áreas rurais, o consumo do fumo de rolo ainda supera o de cigarros industrializados (13,8% contra 11,9% da população total acima de 15 anos). Porém, no total, 14,4% da população adulta fuma cigarros industrializados e apenas 5,1% cigarros enrolados à mão.

A pesquisa mostra também que quanto maior a escolaridade, menor a proporção de fumantes. Entre quem tem menos de um ano de estudo, 25,7% é fumante. Entre quem tem 11 anos ou mais, esse porcentual é de 11,9%. O mesmo acontece com o rendimento. Quanto maior a renda, menor a população de fumantes (22,9% dos que ganham menos de um quarto de salário mínimo fumam; já na população que ganha acima de 2 salários mínimos, apenas 13,3%).

Fumo passivo e locais de compra:
O local mais apontado de exposição à fumaça produzida pelo consumo de tabaco por terceiros era a própria casa, por 27,9% do total de 15 anos ou mais de idade. A exposição no trabalho era relatada por 24,4% das pessoas de 15 anos ou mais de idade que trabalhavam fora (11,6 milhões em números absolutos). Já em restaurantes, o porcentual alcançou 9,9%.
Os bares, botequins e restaurantes são os locais mais utilizados para compra de cigarros industrializados no Brasil, citados por 53,8% dos fumantes. Também foram mencionados com frequência os supermercados, mercadinhos e mercearias (21,7%) e as padarias e lanchonetes (14,8%). Em média, os fumantes de cigarros industrializados gastavam R$ 78,43 por mês com cigarros. [Fonte: Yahoo Notícias]

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