Mulheres expostas ao fumo passivo na infância ou na vida adulta têm mais chances de enfrentar dificuldades para engravidar ou de sofrer abortos espontâneos, revela um estudo da Universidade de Rochester (EUA), publicado na revista `Tobacco Control`.
É a maior pesquisa já feita a mostrar essa associação. Na análise, que envolveu 4.800 mulheres não-fumantes atendidas no Roswell Park Cancer Institute, os pesquisadores constataram que 40% daquelas que eram expostas à fumaça do cigarro por seis horas ou mais por dia tiveram dificuldade para engravidar ou sofreram abortos espontâneos.
Mulheres expostas ao cigarro na infância tiveram 1,27 vez mais chances de ter problemas com a gravidez. Já entre as que conviveram com fumantes na vida adulta o risco foi 1,3 vez maior. A comparação em ambos os casos foi feita em relação a mulheres que viveram em ambientes livres de cigarro.
No estudo, 4 em 5 mulheres disseram terem sido expostas à fumaça em algum momento da vida, com metade delas tendo crescido em uma casa com pais fumantes. Em relação aos abortos, 12,4% relataram múltiplos abortos espontâneos.
Segundo Luke Peppone, um dos autores do estudo, o cigarro contém toxinas que, supostamente, podem danificar o material genético das células reprodutivas- inibindo a fertilização- e aumentar o risco de aborto espontâneo por influir na produção de hormônios necessários ao desenvolvimento da gravidez.
No entanto, Peppone alerta que não há confirmação científica de como o fumo passivo afeta o organismo da mulher. "É preciso cautela na interpretação dos resultados porque, até a presente data, não conseguimos concluir a causalidade [a relação causa e efeito do fumo passivo e fertilidade]."
Para o ginecologista Rui Ferriani, professor da USP (Universidade de São Paulo) de Ribeirão Preto e vice-presidente da Sogesp (Associação de Obstetrícia e Ginecologia do Estado de São Paulo), a pesquisa americana comprova o que os médicos já suspeitavam.
"Está muito bem documentado que o fumo prejudica a qualidade dos óvulos e dos espermatozoides. A gente imaginava que o fumo passivo também pudesse ser prejudicial à fertilidade. Agora, está comprovado."
Segundo ele, os ginecologistas devem informar às pacientes que desejam engravidar sobre os riscos do cigarro -pode levar à menopausa precoce, por exemplo- e do uso de drogas, mas ele acredita que uma campanha de saúde pública sobre os fatores que podem levar à infertilidade seria mais eficaz. "Tem mais impacto do que falar individualmente", afirma.
O ginecologista Renato Kalil, do Hospital e Maternidade São Luiz, também avalia que é difícil convencer o casal, especialmente o homem, a deixar de fumar sob o argumento de que o vício pode dificultar a gravidez.
"Na hora, ele cita vários amigos fumantes que engravidaram suas mulheres sem problema. Fica difícil argumentar."
Segundo Kalil, até por falta de mais evidências científicas sobre os males do fumo passivo na reprodução, não é prática dos médicos alertar os casais nesse sentido.
O urologista Edson Borges, especialista em reprodução humana, concorda. "Eu não pergunto à mulher [que está tentando engravidar] se ela frequenta ambientes com cigarro. É muito difícil estabelecer essa relação [fumo passivo e dificuldade de gravidez]. Precisaria saber, por exemplo, a que quantidades de substâncias tóxicas ela está exposta."
Borges argumenta que há muitas variáveis relacionadas à infertilidade e aos abortos recorrentes e acredita que faltam mais evidências científicas sobre os efeitos do fumo passivo na fertilidade.
É a maior pesquisa já feita a mostrar essa associação. Na análise, que envolveu 4.800 mulheres não-fumantes atendidas no Roswell Park Cancer Institute, os pesquisadores constataram que 40% daquelas que eram expostas à fumaça do cigarro por seis horas ou mais por dia tiveram dificuldade para engravidar ou sofreram abortos espontâneos.
Mulheres expostas ao cigarro na infância tiveram 1,27 vez mais chances de ter problemas com a gravidez. Já entre as que conviveram com fumantes na vida adulta o risco foi 1,3 vez maior. A comparação em ambos os casos foi feita em relação a mulheres que viveram em ambientes livres de cigarro.
No estudo, 4 em 5 mulheres disseram terem sido expostas à fumaça em algum momento da vida, com metade delas tendo crescido em uma casa com pais fumantes. Em relação aos abortos, 12,4% relataram múltiplos abortos espontâneos.
Segundo Luke Peppone, um dos autores do estudo, o cigarro contém toxinas que, supostamente, podem danificar o material genético das células reprodutivas- inibindo a fertilização- e aumentar o risco de aborto espontâneo por influir na produção de hormônios necessários ao desenvolvimento da gravidez.
No entanto, Peppone alerta que não há confirmação científica de como o fumo passivo afeta o organismo da mulher. "É preciso cautela na interpretação dos resultados porque, até a presente data, não conseguimos concluir a causalidade [a relação causa e efeito do fumo passivo e fertilidade]."
Para o ginecologista Rui Ferriani, professor da USP (Universidade de São Paulo) de Ribeirão Preto e vice-presidente da Sogesp (Associação de Obstetrícia e Ginecologia do Estado de São Paulo), a pesquisa americana comprova o que os médicos já suspeitavam.
"Está muito bem documentado que o fumo prejudica a qualidade dos óvulos e dos espermatozoides. A gente imaginava que o fumo passivo também pudesse ser prejudicial à fertilidade. Agora, está comprovado."
Segundo ele, os ginecologistas devem informar às pacientes que desejam engravidar sobre os riscos do cigarro -pode levar à menopausa precoce, por exemplo- e do uso de drogas, mas ele acredita que uma campanha de saúde pública sobre os fatores que podem levar à infertilidade seria mais eficaz. "Tem mais impacto do que falar individualmente", afirma.
O ginecologista Renato Kalil, do Hospital e Maternidade São Luiz, também avalia que é difícil convencer o casal, especialmente o homem, a deixar de fumar sob o argumento de que o vício pode dificultar a gravidez.
"Na hora, ele cita vários amigos fumantes que engravidaram suas mulheres sem problema. Fica difícil argumentar."
Segundo Kalil, até por falta de mais evidências científicas sobre os males do fumo passivo na reprodução, não é prática dos médicos alertar os casais nesse sentido.
O urologista Edson Borges, especialista em reprodução humana, concorda. "Eu não pergunto à mulher [que está tentando engravidar] se ela frequenta ambientes com cigarro. É muito difícil estabelecer essa relação [fumo passivo e dificuldade de gravidez]. Precisaria saber, por exemplo, a que quantidades de substâncias tóxicas ela está exposta."
Borges argumenta que há muitas variáveis relacionadas à infertilidade e aos abortos recorrentes e acredita que faltam mais evidências científicas sobre os efeitos do fumo passivo na fertilidade.
Fonte : Folha de S.Paulo - Cláudia Collucci
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